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Qual o papel dos lasers na terapêutica
da Retinopatia Diabética e como atuam?
José Henriques
Instituto Oftalmologia Dr. Gama Pinto
IRL – Instituto de Retina de Lisboa
Efeitos do laser na retina humana
A luz laser é uma luz monocromática, coerente e cujo comprimen-
to de onda (cdo) é fundamental para definir a ação do laser nos tecidos.
Diversas formas de interacção do laser com os tecidos resultam em
diferentes aplicações terapêuticas em oftalmologia. Para o tratamento
da retinopatia diabética (RD) usamos o efeito fototérmico. Qualquer
que seja o comprimento de onda utilizado, a interacção com o tecido
retiniano e coroideu resulta da absorção da energia ao nível do epitélio
pigmentado da retina (EPR), rico em melanina, e ao nível do pigmento
melânico da coriocapilar (CC). Os tecidos aquecem e sofrem hiperter-
mia ou desnaturação térmica (fotocoagulação), seguindo-se um pro-
cesso de reparação das células e tecidos lesados termicamente
1,2
.
Acção terapêutica do laser térmico
Vários estudos realizados permitem-nos considerar os seguintes
mecanismos de acção do laser:
I. Diminuição do consumo de O2 pelos fotorreceptores (FR)
destruídos pelo laser. Tem-se considerado desde há muito
como o único mecanismo de acção.
II. Aumento da oxigenação da retina – “pontes de O2” retinoco-
roideias
3
III. Aumento da produção de mediadores químicos pelas células
do EPR (PEDF e outros mediadores com expressão genética
aumentada ou diminuída de determinados genes envolvidos
no processo de reparação dos organelos celulares)
4,5,6,7,8,9
IV. Activação da renovação celular e remodelação dos tecidos
retinianos
10,11,12
V. Diminuição das Metalo Proteinases da Matriz (MMPs)
13
VI. Aumento das proteinas de shock térmico (HSPs)
14,15
VII.Migração de células HSC da medula óssea com efeito repara-
dor
16,17,18,19