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Qual o papel dos antiangiogénicos no
tratamento da Retinopatia Diabética?
Paulo Caldeira Rosa*, Rita Pinto*, Mário Guitana**
*
Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto e IRL – Instituto de
Retina de Lisboa
**
Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto
Os neovasos na RDP são o resultado de uma resposta à isquémia
retiniana. Esta resposta é induzida pela insuficiência microvascular
que caracteriza a doença diabética.
1
Quanto ao EMD, são vários os
aspetos da sua patogénese que permanecem por esclarecer; mas
entre os fatores intervenientes conta-se a disfunção endotelial com
consequente aumento da permeabilidade vascular, por um lado;
e com isquémia local, por outro.
2
A hipóxia, fenómeno comum a
ambas vias patogénicas, atua como sinal ativador da síntese do Vas-
cular Endothelial Growth Factor (VEGF) – e de facto constataram-se
níveis elevados desta molécula em olhos com RDP e EMD.
3,4
O VEGF representa uma família de fatores de crescimento, dos
quais o VEGF-A é o mais relevante neste contexto;
5
pelo que, dora-
vante, se irá referir apenas como VEGF. Trata-se de uma citocina que
se apresenta sob várias isoformas diferentes, das quais a mais signifi-
cativa nos processos patológicos é a VEGF
165
;
e através dos recetores
tirosina-cinase VEGFR-1 e VEGFR-2, desempenha um papel essen-
cial na angiogénese.
5
Perante esta noção, despoletou-se o interesse pela investigação
do papel dos agentes antiangiogénicos (anti-VEGF) no tratamento da
retinopatia diabética.
Anti-VEGFs na terapêutica da RD
Até à data, a maior parte dos estudos publicados sobre a utiliza-
ção de agentes anti-VEGF neste contexto envolveram o pegaptanib,
o bevacizumab, e o ranibizumab.
6
O
pegaptanib
(
Macugen, Eyetech
Inc, NJ, USA) é um aptâmero de 28 nucleótidos que se liga à isofor-
ma VEGF A
165
,
a mais significativa nas condições de neovasculari-
zação ocular.
6
O
bevacizumab
(
Avastin, Genentech Inc., San Francisco, CA,
USA) é um anticorpo recombinante humanizado ativo contra todas