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PERGUNTAS & RESPOSTAS
RETINOPATIA DIABÉTICA - Novo Paradigma de Cuidados
A abordagem mais adequada é a que reúne os
benefícios de ambas as terapêuticas
No caso particular do EMD, o laser atua em sinergia com os anti-
-
VEGF por mais do que um mecanismo: primeiro, após a redução
inicial do edema pelo antiangiogénico, o laser pode ser usado com
menos energia. Segundo, e ao passo que o antiangiogénico inibe
diretamente o VEGF, de modo temporário, o laser promove uma
redução sustentada da hipóxia local, com inibição sustentada da
produção do VEGF. As recomendações atuais sugerem a utilização
dos anti-VEGF em monoterapia apenas nos casos de edema macular
que atinge a fóvea e que causa baixa de visão.
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Em suma
,
pode dizer-se que o paradigma do tratamento do EMD
está a evoluir, sendo os anti-VEGF indicados como terapêutica de
primeira linha em casos selecionados. No entanto, e sobretudo para
as restantes indicações, a evidência reunida continua a apoiar uma
abordagem individualizada e multifacetada do doente com retino-
patia diabética, em que os agentes anti-VEGF podem ser utilizados
em combinação com os tratamentos de referência (ver questão nº
20
sobre terapêutica combinada) . Isto faz sentido quer do ponto de
vista da eficácia científica, quer do ponto de vista da gestão de um
sistema prestador de cuidados de saúde.
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