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PERGUNTAS & RESPOSTAS
RETINOPATIA DIABÉTICA - Novo Paradigma de Cuidados
melhores resultados perinatais sem comprometer a visão por RD, é
melhor conseguir um bom controle metabólico antes da gestação do
que um rápido controle durante a gravidez (as alterações microan-
giopáticas levam ao estreitamento dos pequenos vasos e a terapia
intensiva reduz o volume de plasma que provoca o encerramento
destes vasos, já estreitados, reduzindo o fluxo sanguíneo retiniano e
aumentando a hipoxia e, consequentemente, a RD). A hipertensão
arterial pre-existente ou induzida pela gravidez (pré-eclâmpsia) é um
grande fator de risco de progressão da RD.
Avaliação Oftalmológica de grávidas
É imperativo que mulheres diabéticas jovens, em idade de
procriação, sejam observadas por um oftalmologista antes de
engravidar
ou, pelo menos, no primeiro trimestre de gestação, para
determinar a gravidade da RD. Se a primeira avaliação for normal,
deve voltar a ser observadas às 28 semanas. Se a primeira fundos-
copia mostrar lesões de RD, a grávida deve ser reavaliada às 16-20
semanas. O seguimento deve ser mais apertado nas diabéticas de
longa duração, com RD grave ou com HTA ou doença renal co-
existente. Em mulheres com RD proliferativa durante a gravidez, o
seguimento deve manter-se até 6 meses após o parto.
A panfotocoagulação antes da gravidez, em casos de retinopatia
grave, evita normalmente a progressão da retinopatia. Se existir pro-
gressão da RD durante a gravidez, está indicado a panfotocoagulação
laser imediata em olhos com RD não-proliferativa grave. São indica-
ções para cirurgia durante a gravidez: descolamento de retina tracional,
hemovítreo que não reabsorve e glaucoma neovascular. O posiciona-
mento pós-operatório nestas pacientes pode ser dificultado pela gravi-
dez. O uso de fármacos anti-VEGF intra-oculares nestas pacientes não
é aconselhável, pois podem existir efeitos adversos para o feto.
RETINOPATIA DIABÉTICA e ADOLESCÊNCIA
A RD grave raramente é encontrada em pacientes com menos
de 18 anos, porque a duração da doença antes da puberdade não
é significativa para o desenvolvimento da doença microvascular.
Embora rara, a RD pode surgir em adolescentes, até mesmo antes
do início da puberdade.
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