55
9
Qual a importância da equipa
multidisciplinar na Retinopatia
Diabética?
Victor Ágoas*, Pedro Camacho**, Ana Amaro***,
Ana Veiga***, Mónica Pina****
*
Oftalmologista,**Ortoptista,***Enfermeira,****Internista
Instituto de Oftalmologia Gama Pinto
Introdução
O número crescente de diabéticos e pré-diabéticos existentes em
Portugal e consequentemente o de doentes com retinopatia diabéti-
ca, assim como a necessidade de resposta em tempo ideal, colocam
um problema aos serviços de saúde. O rastreio, diagnóstico, trata-
mento e a monitorização pressupõem uma
intervenção multidisci-
plinar
ao nível da saúde publica, dos cuidados primários de saúde e
dos cuidados hospitalares, nas respetivas vertentes epidemiológica,
financeira, organizacional e de gestão de recursos.
Equipas multidisciplinares
1
Em primeiro lugar, a colaboração do médico de família (MGF) e
o estabelecimento de um canal de comunicação entre oftalmologista
e MGF é uma medida que contribui para a motivação do doente. O
médico de família está mais vezes com o doente, conhece-o, pode
por isso também ajudar muitíssimo no controlo dos fatores sistémi-
cos.
2,3
Pode considerar-se a existência de equipas multidisciplinares
num âmbito mais alargado, integrando um numeroso grupo de pro-
fissionais nos diversos níveis dos cuidados de saúde (onde deverá
ser abordado o tratamento da DM de forma integrada abarcando
as principais complicações: neuropatia diabética e pé diabético,
insuficiência renal, macroangiopatia), ou num âmbito mais restrito,
hospitalar, dos serviços de oftalmologia. Limitamo-nos a este último,
constituído por ortoptistas, enfermeiros, internistas e oftalmologistas.
Do médico oftalmologista exige-se que domine as alternativas
médicas e cirúrgicas de que dispõe no tratamento do doente com
a síndrome Retinopatia Diabética. Isto obriga a estudo aturado,