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PERGUNTAS & RESPOSTAS
RETINOPATIA DIABÉTICA - Novo Paradigma de Cuidados
Na retina existe uma estrutura específica, a barreira hemato reti-
niana (BHR), que regula a passagem de fluidos para dentro e para
fora dos tecidos retinianos.
Quando a BHR interna (endotélio vascular retiniano) se torna
incompetente, como acontece na diabetes, a acumulação do edema
retiniano segue a lei de Starling. Com a abertura da BHR, qualquer
perda do equilíbrio entre os gradientes da pressão hidrostática, oncó-
tica e dos tecidos, através dos vasos da retina, contribuí para aumen-
tar o movimento dos fluídos e a maior formação de edema
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.
Existe uma compartimentação do fluído entre as camadas ple-
xiforme interna e externa, com alterações histológicas da estrutura
da retina, mais ou menos marcadas. As células de Müller são agru-
padas em colunas como se estivéssemos numa floresta com troncos
de árvores e clareiras. As fibras são estiradas, tanto mais quanto
maior for o edema macular, podendo romper no seio das clareiras.
O componente não celular do sangue constituído por água e
electrólitos, albumina, globulinas e lipoproteínas (entre outros
componentes), extravasa a partir do conteúdo intravascular ao
nível dos capilares incompetentes que apresentam aumento de
permeabilidade. A água e os electrólitos são rapidamente absor-
vidos pelos capilares competentes na vizinhança mas as lipo-
proteínas são mais demoradas e difíceis de reabsorver Assim, na
vizinhança de difusão ou derrame vascular acumulam-se exsudados
Fig. 1
Imagem de OCT SD onde se verifica a acumulação
de fluído e outros elementos plasmáticos no espaço
extracelular levando a um espessamento retiniano.