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doentes diabéticos têm dificuldade acrescida na recuperação da fun-
ção visual após a exposição a condições de elevada luminosidade
(
teste do fotostress)
11
.
Esta dificuldade existe mesmo em doentes não
tratados com LASER.
Perda de campo visual
Outra alteração importante da função visual destes doentes é a
perda de campo visual. Esta perda é mais grave em doentes com
diabetes não insulino-dependentes, mais idosos e com retinopatia
diabética mais severa. A perda de campo visual não é só consequên-
cia da fotocoagulação da retina, já que pode existir em doentes não
panfotocoagulados
12
.
Estas perdas têm uma correlação importante
com a área de isquemia retiniana
13
.
Após panfotocoagulação da reti-
na a sensibilidade perimétrica da retina periférica varia conforme o
tipo de tratamento efectuado. Enquanto um tratamento muito den-
so diminui a sensibilidade, um tratamento pouco denso aumenta-a.
Ambos os tipos de tratamento de tratamento diminuem a sensibili-
dade na área macular, mesmo que não tratada
14
.
Trabalhos recentes
referem uma melhoria da sensibilidade retiniana com laser micro-
pulsado díodo, avaliada por microperimetria
15
.
Assim, conseguimos
interpretar as várias queixas referentes à função visual apresentadas
por doentes com retinopatia diabética.
COMO AVALIAR A ACUIDADE VISUAL NOS DOENTES
DIABÉTICOS
Outra questão relacionada com a função visual destes doentes,
é como avaliar a sua acuidade visual. O método mais fiável para
efectuar comparações acuidades visuais é o ETDRS. Este é usado
prioritariamente em protocolos de investigação tendo como prin-
cipal limitação o facto de a sua fiabilidade depender do treino de
quem o executa. As grandes vantagens deste método são a existên-
cia de menor número de factores de confusão (nomeadamente de
número de letras por linha), a mais fiável variação do ângulo de visão
e a maior reprodutibilidade
16
.
Estes factores tornam-no, juntamente
com o logaritmo da AV daqui inferido, o método de eleição para os
estudos clínicos. No entanto, na prática clínica acaba por ser usada
a escala de Sneller ou equivalente. Esta, apesar de ser menos fiável